Felizmente a realidade é mais complicada do que o mundo dos dilemas. Se, por um lado, trilemas e multilemas trazem mais dificuldades, por outro, a realidade é multidimensional, e não se esgota nos “dois lados da questão”. E não há só bifurcações no caminho, mas também três, quatro... cantos.
A parábola do elefante
Essa antiga história traz profundos ensinamentos sobre a natureza da realidade. Não há “lados” na realidade, mas antes eles são uma ilusão que surge quando nos fixamos em narrativas isoladas entre si.
As três versões da vida
Esse é também o título de uma peça de teatro. Mas é indica também que podemos escrever outros “roteiros” para a vida. Em vez de termos apenas “outra vida”, por que não outras vidas? E não podemos nos esquecer da lógica do terceiro incluído.
Os sonhos de Descartes
É pouco conhecido o fato de que o método cartesiano é o fruto de três sonhos que ele teve na mesma cidade onde séculos depois nasceria Einstein. É extraordinário que o itinerário para a construção lógica do mundo tenha uma origem onírica.
Camadas e rotações dos saberes Normalmente se imagina os saberes fundamentais da arte, ciência e espiritualidade como dispostos em camadas, com o núcleo espiritual, cercado pelo manto da arte e, mais por fora, a casca da ciência. Porém, mais exato seria vermos uma rotação dos saberes, um gerando e tocando o outro em uma dança circular.
Amâncio Friaça é astrofísico e astrobiólogo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. Atuante nas áreas da astrobiologia, cosmologia, evolução da complexidade no Universo, transdisciplinaridade, educação científica, relações entre ciência e sociedade.