A música e a dança constituem-se nas manifestações mais antigas da humanidade e estão presentes em todas as culturas e manifestações identitárias. São os primeiros receptáculos do conhecimento humano e patrimônio da diversidade cultural planetária, fundamentais para a preservação de aspectos estruturais do ser humano, pois promovem posturas colaborativas de respeito, integração e tolerância. Quando falamos na construção cultural do Brasil, fica impossível não relacionar o que somos enquanto povo às referências trazidas por africanos, indígenas e europeus. Um caldeirão miscigenado e diverso, responsável por colocar o Brasil como o 13º país que mais influencia a cultura no mundo, segundo dados do Ministério da Cultura, do Governo Federal, divulgados em junho deste ano. O que torna o povo brasileiro tão diferenciado e alegre. Mas ainda precisamos aprender a conviver com quem pensa e age e existe no mundo de forma diferente, uma vez que estamos em um universo plural.
Venho estudando, recolhendo e transmitindo danças de diversos povos e etnias. Acredito que neste momento de grandes transformações mundiais, conhecer outras culturas por meio da dança seja também uma forma de respeitar e preservar as diversidades de cada povo, nos colocando como cidadãos planetários, cultivando a alegria, a harmonia e a beleza, nos fazendo perceber e aceitar diferentes visões de mundo. De 23 a 26 de janeiro próximo, o Espaço Cultural Tangará Mirim, em Imbassaí, Bahia, vai sediar o 16º Encontro de Culturas do Mundo, que apresentará uma programação composta por vivências de arte, dança, música e cantos de vários cantos do planeta. Por meio dessas práticas, promovemos a confraternização entre os povos e a formação de multiplicadores culturais que disseminem a cultura da paz e de respeito à diversidade étnico-cultural.
Iniciativas que reúnem pessoas de diferentes partes do planeta, com bagagens e contextos variados, promovem ganhos emocionais e se tornam verdadeiros ativos sociais. Acredito que a felicidade só pode ser alcançada em um mundo mais fraterno, onde aprendemos a conviver e a respeitar as diferenças.
A dança, a música e as diferentes expressões artísticas nos mostram a riqueza da pluralidade e nos guiam no caminho de nos lembrarmos da nossa condição humana. Dançar traz ainda inúmeros benefícios para o corpo, melhorando o condicionamento físico. Além de ajudar a formar novas sinapses cerebrais que ativam a memória e a criatividade, e elevar a produção dos neurotransmissores serotonina, conhecido como o hormônio do prazer, e endorfina, que combate o estresse. Como já dizia Angelus Silesius (1624-1677): "Não pertences ao todo, se fixo, é teu ser".
Glaucia Helena Rodrigues é psicóloga e diretora do Centro de Estudos Universais, associação sem fins lucrativos que estuda, pesquisa, produz e divulgar ideias, possibilidades e serviços que integram a Arte, a Ciência e a Espiritualidade.
Foto: Ana Viotti 16º Encontro de Culturas do Mundo - Danças da Alma De 23 a 26 de janeiro de 2025 Espaço Cultural Tangará Mirim (Imbassaí, Bahia) Inscrições: Sympla (clique aqui) ou WhatsApp +55 (11) 3071-3842 (clique aqui)